quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Enquanto Clara dormia

Sonho-te inteiramente.
Minha ilusão te afaga os cabelos.
Meu imaginário pressente tuas pálpebras móveis.
Minha ânsia em te ter comigo me lança
em delírios vagos e débeis,
te torna presente palpável,
te corporifica e te coroa.

A espera é infinita
(bom que não é eterna),
cada nascer e pôr-do-sol
aproxima mais o teu retorno
e o momento em que te verei pela vez primeira.

De braços em laço te receberei
e te soprarei aos ouvidos
histórias passadas presentes futuras.
E quando teus olhinhos se abrirem
me verei completo,
pronto para sonhar,
sabedor de nossa imortalidade.

Você vem de um lugar
onde os sonhos confundem o real.

Eu te aguardo,
você me vê,
nos sentimos pela pele,
me escutas daí
e me deixa ver teu pulsar.

A luz me dará você,
você que é tão minha
que é preciso ensinar-me
a te libertar.

Me infinitarei em teus traços...


2 comentários:

  1. Caro Gláuico! Me chamo Leonardo da Banda Outra História de Palmas - TO. Recebi um e-mail da Abrarte que você mandou, do seu novo poema, e acabei lendo este. É a sua filha que nasceu? Lembro que você, no último encontro da Abrarte, comentando em uma procissão nas ruas de Pedro Leopoldo, que havia visto uma imagem de sua filha que ainda não havia nascido, você chorava muito pelas ruas, eu e minha namorada ficamos emocionados com a cena. Parabéns... Lindo o poema.
    Abração.

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