quarta-feira, 27 de julho de 2011

Déjà vu!

Eu sinto aqui comigo
Um sentir não sentido,
Uma experiência não vivida,
Uma carência,
Um vazio,
Uma ausência...
É a saudade de um futuro incerto
Que me bate à porta,
Que sai entrando.
Como fui perder o que ainda não tive?
Como pode existir essa falta,
Essa lembrança do não havido?
Só sei que ela dói,
E vejo que recordo
Aquilo que ainda viverei.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Largo horizonte

Aos amigos do Instituto Visão Maior
Amplitude,
Semente que se lança na terra
Como um recado para o futuro.
Topo do monte:
Trezentos e sessenta graus de sonho,
Amadurescência das mãos de luz
Que acariciam um ideal maior que o medo,
Maior que a vida,
Maior que o sono.
Confiança na vitória com o cristo,
União fraternal.
Eternal.
Pedras preciosas espalhadas
No grande campo
Que jorra o ouro multicor
Em acordes, passos,
Gestos, verbos e atos.
Os de Visão Maior espargem
A maior visão debruçados
Nas janelas do hoje
Com o olho no amanhã.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Proscênio

Um novo rosto
Uma vida nova em mim
Novas idéias
De um show que não tem fim.
A platéia me observa
E eu sei que sou capaz de a encantar na arte do viver.
Novo roteiro da peça que escrevi,
Meu figurino dos trapos que teci.
É preciso que eu ensaie
O grande vôo que eu alçarei até os céus
Nesse teatro aqui no palco
Eu sinto que sou mais que um mero ator
Do texto que não li.
A maquiagem nesta face
Me faz compreender o que eu sou
E o que ainda serei
No show que há em mim.
Quero fazer o meu papel,
O mais bonito,
Pois em mim encontro a força pra lutar
Eu não vou desistir...

(Musicado por Rodrigo Luiz para o espetáculo teatral “Sinestesia” (2009), da Cialemarte.)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

14-bis

Acima das nuvens,
Envolto de azul,
Tudo igual e novo.
Sou a ave que corta o ar,
Sou a nuvem e o ar e o azul,
Sou o ronco propulsor,
Sou aéreo e dinâmico.
Me elevo e venço limites,
Se trepido é de malandragem,
Eu danço em meio aos elementos,
Eu gingo acima do solo.
Daqui de cima admiro a Arte,
A beleza do Artista Maiúsculo,
No contraste entre minha pequenez
E a grandeza que se homogeneíza ao meu olhar.
Há sons externos que convidam,
Mas prefiro os internos que religam
Com os Eternos que me agitam.
No romper os limites do solo
Se reflete o vencer dos da carne,
Descoberta de potenciais potentes,
Presentes do Onipresente.
É preciso muito tato,
Muita fé, muita atenção
Pra não idolatrar o meu eu,
Pra não pensar que sou maior que o meu tamanho.
Às minhas costas e acima
(six o’clock high)
Apolo clareia a estrada de ar
E mesmo quando Selene ocupa o firmamento,
Há luz que me vem de fora
Pra acender a que me vai dentro.
Mas como a luz nossa só brilha
Quando a divisão com outros se faz
É preciso voltar ao solo,
É preciso firmar no chão
E apontar com o dedo pro infinito
E dizer a quem se arrasta ou engatinha
Que existe uma estrada pro mais alto
E que é tempo de levantar,
Abrir os olhos,
Abrir as asas,
Abrir o peito
E deixar voar o coração.