sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sopro IX


São tantas mãos,
Tantos dedos cristalinos;
São muitas vozes,
Incontáveis os carismas,
Diversidade sem ponto final...

São muitas casas,
A causa é uma só,
E a caridade
É o lema maior.
Elos e pontes
Entre a terra e o astral.
Prontos socorros, escolas e oficinas,
Templos e lares,
São faróis de luz.

São muitos Chicos,
São Francos e Bezerras,
Tantos Machados,
Ribeiros e Amarais,
Vários Eurípedes,
Andrés e Meimeis,
São tantos nomes
Cantando a uma só voz.

São milhões de textos,
São mil milhões de linhas,
São como um mar
A refletir o céu...
A esperança é fruto da certeza
Por ser saber que há algo além do adeus...

sábado, 10 de novembro de 2012

Meu nome


Eu sou o homem
Cantando sozinho na noite,
Sou a voz de quem clama no deserto,
Sou o deserto e o vento e a duna a desfazer-se.
Eu sou uma pergunta
Que não se fez,
Sou a indagação muda
Que não espera resposta.
Eu sou a resposta da pergunta não formulada,
A resposta indizível,
Inaudível,
Inútil,
Indispensável.

Eu sou as palavras que não foram caladas,
Eu sou as canções de cantáveis,
Eu sou estrelas mudas,
Sou riachos e mares,
Sou o sussurro de amor,
Sou os gritos de saudade,
Sou encontro e ausência,
Sou um coro de anjos,
Sou uma orquestra de pássaros,
Sou o corpo dançante,
Sou a alma brincante,
Sou o saber do profeta,
Sou o sonhar do filósofo.

Sou pedra e caminho,
Sou mundo e moinho,
Sou átomo,
Sou cosmo,
Macro e micro,
Tudo, todo e nada.
Eu sou você e sou outro.

Anjo,
Musa,
Duende,
Divino e satânico,
Olímpico, asgardiano,
Egípcio, xamânico e yorubana.

Sou alento,
Consolo,
Desconforto confortável,
Faço pensar e sentir,
Sentido vivenciado no sem sentido.
Eu acalanto os seres
Para despertá-los.

Estou em todos os lugares,
Momentos e movimentos.
Invisível e palpável,
Tenho a diafaneidade concreta
De simplesmente ser.

Os tolos me abandonam,
Mas me necessitam;
Os sábios me buscam
Sem que me compreendam
(e é por isso que me buscam).
Eu sirvo a quem me serve
E já vi todas as eras,
Falo em todas as línguas
Sem me limitar em nenhuma.
Sou a novidade eternamente renovada.

Eu sou a Poesia...