terça-feira, 21 de novembro de 2017

Amigo


Ah, os amigos...
Que presente, que bênção
Deus nos dá em forma de gente.
São parte de nosso ser,
São nossos mestres,
São companheiros de jornada.

O amigo nos levanta
Em cada queda,
O amigo nos acalanta
Nas noites sem sono,
E é muitas vezes
Quem nos empurra
Pra não deixar
O desânimo chegar.

A amizade é doce de encantar,
É jeito de se doar,
É exercício de se amar.
                                   Glaucio Cardoso


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Deus


Obrigado, Senhor!
Pelas constelações,
Pela chuva que cai,
Pelo sol, pelo ar.

Obrigado, Senhor!
Pelas águas infindas,
Pelas noites sublimes,
Pela luz do luar.

Obrigado, Senhor!
Pelos olhos de ver,
Pelo amor pra sentir,
Pelo dom de cantar!
                                   Glaucio Cardoso



domingo, 17 de setembro de 2017

Por ser amor


O sol, o céu, o mar,
Tudo o que existe entre o nada
E o infinito,
São presentes do Criador
A nos demonstrar seu puro afeto.

As provações que nos afligem
São como nuvens passageiras
Que por mais que se demorem
Sempre dão lugar à luz.

É por ser amor
Que Deus nos deu a chuva e a aurora.

É por ser amor
Que salpicou o infinito de estrelas
Que cantam sua glória.

É por ser amor
Que Ele acredita em cada filho seu.

É por ser amor
que espalhou a beleza que nos habita.

É por ser amor
Que Deus criou você!
Glaucio Cardoso
Inspirado na música homônima de Aldo Motelevicz
31/08/17


sábado, 15 de julho de 2017

Cantos da Lua


A luz do luar é som...

A lua crescente
Faz barulho de fruta madura no pé.

A lua minguante
Murmura com o leito seco dos rios na vazante.

A lua nova
Traz uma sinfonia
Que lembra as nuvens vistas de cima.

A lua cheia
É a mais sonora de todas
Com seus acordes de orvalho serenando na mata.

Mas tem uma face da lua
Que ninguém nunca ouviu,
E ando desconfiado
De que ela canta pro cosmo
As canções de terras distantes
Em sussurros de tempos idos e vividos.
Glaucio Cardoso

14/07/17

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Asas no tempo


Para a Abrarte em seus 10 anos
Um sonho sonhado sozinho,
No íntimo de um coração poeta,
É como poeira ao vento,
Se espalha, mas não se completa.
Sonho pra ser bem sonhado,
De jeito que vire realidade,
Tem que ser compartilhado.

Da lagarta o sonho se fez,
De galgar altos céus,
Vislumbrando horizontes sem fim,
Veio rolando por tempos e espaços
Se encasulando pra desabrochar,
Abrindo e batendo suas asas
Na ânsia do belo voar.
E esse sonho foi se espalhando,
Fazendo morada em outros irmãos
Que foram se achegando
No trabalho de múltiplas mãos.

Mas ainda há que sonhar,
Vem, abre teus braços
E recebe essa sinergia,
Que uma cabeça só é pouca
Pra esse sonho realizar.
Pois há luzes de toda parte
Chegando cada vez mais
Pra se reunir,
Pra se fortalecer
E então frutificar.

Sonhadores de tantos lugares,
Artistas de tantos sonhares,
Abram os braços,
Estendam suas asas
E vamos sonhar outros ares!
Glaucio Cardoso

Maio/2017

terça-feira, 13 de junho de 2017

Profana-ação

Em uma rua qualquer
De uma cidade insana
Há um bordel
Em frente a uma igreja.
Basta atravessar a rua
Para adentrar
Num antro de pecado,
Devassidão e corrupção
De valores.
Atravesse de volta
E tudo o que se tem
São mulheres vendedoras
Dos próprios sonhos despedaçados.
Glaucio Cardoso

12/06/17

sábado, 13 de maio de 2017

Palavras de um Preto Velho


“Sua benção, Vovô!”,
Eu pedi me ajoelhando,
Já não aguento mais
Viver penando
E descanso não ter jamais.”

“Trago o coração amargurado,
Revoltei-me contra Deus,
Mas me lanço aos vossos pés
Buscando os conselhos teus
Pra fugir do meu revés.”

Da fumaça de seu cachimbo
O velho soltou uma baforada,
No chão riscou um sinal
E falou com a face iluminada
De sabedoria ancestral:

“Fio, nêgo véio sabe é nada
Pra se fazê de aconselhado,
Mas divido com fio meu
O que a vida ensino
E esse véio não esqueceu.”

“O hômi vive agastado,
O tempo querendo mudar
Pelos caprichos seus
Sem parar pra atentar
Que o tempo é presente de Deus.”

“Fio, quando chega o inverno
E a dor abate o hômi
Quer encurtar o momento
Sem vê que dor que o consome
É que faz seu crescimento.”

“Quando a flores surgem
Enfeitando o seu caminho,
Do dia de amanhã se esquece,
Não lembra que tudo fenece
E que até as rosa tem espinho.”

“Fio, deixe de reclamação,
Não dê guarida pra tristeza
E não alimenta o desengano,
Pois tudo é certo na natureza
E obedece ao divino plano.”

“fio, óia a sabedoria do Pai:
Te deu dois zóio e duas mão,
Dois ouvido e uma boca só.
É tudo parte da criação
Pra evoluir e desatar os nó!”

Tem dois zóio pra enxergar,
Pra vê do mundo as beleza
E podê cantar de louvor,
Mas usa a boca pra espaiá tristeza
E esquece de pregar o amor.”

“fio, nas resmunga com essa boca,
Que ocê tem os ouvido
Pras estrela escuitá
E alevantá os caído
Que vive a suplicá.”

“Fio, quando pensar em pragueja,
Lembra dos estropiado
E ao invés de erva daninha
Lança mão no roçado
Prantando fruta e frôzinha!”

Enxuguei então minhas lágrimas
E vi essa grande verdade:
Que é preciso viver o Evangelho
Com humildade e simplicidade
E a sabedoria de um Preto Velho!


Glaucio Cardoso
12/05/17


terça-feira, 18 de abril de 2017

Soneto para o Livro Espírita


Originário nos desígnios celestiais,
Luminoso repositório do saber,
Instrumento a construir catedrais
Vigorosas no íntimo do ser.

Relicário do bem estampando o belo
Ostensório do carisma divino,
Engrandece e renova o homem velho
Soprando-lhe a pureza de um menino.

Poesia do evangelho para o dia a dia,
Irmanando os dois lados da criação
Religando a humanidade ao Criador.

Instrui com respeito e mansidão,
Transforma egoísta em semeador,
A espalhar paz e harmonia.

Glaucio Cardoso

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Passageira presença

Então você se foi,
e com tua partida
foram embora
todos os sorrisos
que ainda não tinhas dado.
E não são poucas
as vezes em que penso em você,
sem lamentações descabidas
por teres ido tão logo,
apenas com a saudade
das palavras que não dissemos,
dos abraços que não trocamos,
dos passeios que teríamos dado.
Recordo você em seu sono,
em seu leito branco,
e tudo o que lembro
são os passos que ainda darias,
os olhares que atrairias,
as estrelas que contaríamos juntos.
Sinto uma certeza
de que nossos caminhos
ainda vão se encruzilhar.
E aí, te contarei de meus caminhos
e tu me dirás dos teus.
E sorriremos juntos,
e passearemos,
e entre um abraço e outro
falaremos de pores-do-sol,
estrelas e arco-íris.
E quando nos despedirmos novamente,
teremos menos saudades
e muito mais lembranças.

Glaucio Cardoso
09/04/2017

Um poema que limpou-me de uma dorzinha antiga.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Sinal verde

Pelos caminhos dessa vida
Muita gente boa se perdeu
Por não saber prestar atenção
Nas marcas de sinalização
Que o Pai a todos concedeu.

É um tal de querer pegar atalho,
Uma pressa louca insana
Que esquece que a vida humana
É feita passo a passo,
Que se origina no lodo, mas é destinada ao espaço.

Mas a humanidade enceguecida
Vai chafurdando no orgulho
E em atropelo de pensamentos
Junta na alma tanto entulho
Que turvam nobres sentimentos.

Mesmo o homem sendo falho
É possível acertar na estrada,
Praticar o amor sem displicência,
Pois em nossa consciência
A lei universal foi gravada.

Segue o rumo sem titubeio,
Há faróis que te apontam como seguir,
Basta que atentes sempre aos sinais.
Vá firme vislumbrando o porvir
E assim avançarás cada vez mais.
Glaucio Cardoso

06/03/2017

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017



Nos obstáculos do dia a dia
A Fé é a Esperança atuante
Que tudo produz e que impulsiona
O homem em sua jornada.

Quando as calamidades se avolumam
Esmagando os sonhos,
A Fé é a certeza que sobrevive
Em meio ao desespero.

Neste mundo tão cheio de entraves,
A Fé são duas letras
Que apontam pro infinito.

A Fé é o Amor que não vê limites.

A Fé é uma semente
Que o Altíssimo plantou
Em nossos corações
Pra ser regada com o suor do trabalho
E adubada com o amor em ação.

Nos momentos vacilantes
Em que perdemos a Fé em Deus,
Ele nos sustenta com bondade,
Pois não perde a Fé em nós.
Glaucio Cardoso
04/01/2017