quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Nona

A Alaíde Varella
Do fundo da sala eu a vejo.
Um rosto marcado por rios secos
Que afluem rumo ao passado
Nascente de cada um.

São tanto os fios já perdidos,
Deixados nos caminhos que viveu.
São uns gestos delicados
Que de suas mãos saem doces,
Quitutes mil que nos entram pelas narinas
E antecipam a chegada do que ontem foi passado.

Ah, minha doce velhinha,
Que saudade precoce de teus bolos e afagos.
Que despedida doída a cada aceno.
Que ternura encontro em tua voz,
Em teu andar, no teu café,
No teu olhar, no teu viver
Que invade a todos nós.

Foram dias e noites vencidos.
Anos e lustros ilustres ou esquecidos.
E o século findou.
E o milênio chegou.
Tudo passa,
Tudo se vai,
Tudo termina,
Somente ela é eterna e permanente,
Seja no espaço
Seja no tempo
Seja na memória
Seja no exemplo
Seja em mim...

A eternidade se avizinha
E parece emanar-lhe do íntimo...

Um comentário:

  1. Olá, Glaucio! Vi que está seguindo meu blog, Volitando no Universo e, conferindo o seu, o achei extremamente de bom gosto, inteligente. Parabéns pelas poesias, são lindas! Vi também que é espírita e eu amo o Espiritismo, é uma doutrina de luz! Parabéns!

    Também sou fã de literatura, por isso, criei o blog, também, as vezes, tento fazer críticas no meu outro blog Escritos e Vida: http://escritosevida.blogspot.com/ se quiser conferir depois...


    Muita paz e luz e que continue escrevendo lindamente!

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