domingo, 31 de maio de 2015

Velhas Águias



A um passeio pelo Museu Aeroespacial
Asas e hélices,
Tela e metal...
As águias descansam
Em imensos hangares
Lembrando dos céus
Que tanto cortaram.
Em tempos de guerra,
Portadoras do Fogo;
Em tempos de paz,
Levando a Esperança;
Em hora difícil
Levando o Socorro;
Em todas as horas
Subindo ao Infinito.
Vá ver as Velhas Águias,
As Eternas Águias,
Mas vá sem pressa
Para não ser iludido.
Se você passar apressado,
Tudo o que verá será
Metal, madeira, parafusos,
Rebites, tela e óleo a pingar.
Não, não tenha pressa,
Passe devagar,
Pare, olhe e veja...
Passe devagar e verá
O remédio chegando
Onde não há estrada;
Uma aldeia perdida
Depois da curva do rio.
Passe devagar e verá
O filho que voltou pra casa,
A guerra que acabou,
A saudade dos que não voltam,
Passe devagar e verá
Um pôr-do-sol visto do alto,
Um céu azul acima das negras nuvens,
O silêncio de um voo noturno,
O impossível tornado viável numa pirueta.
Passe devagar e verá
O passado vivo no tempo,
O presente marcado no agora
E um futuro bom de lembrar.

domingo, 10 de maio de 2015

Ponte entre dois mundos



Para Aline, Félix e Gabriel
Meu sorriso chega pelos teus lábios,
Pois que tua felicidade é reflexo de minha presença,
Mesmo antes de eu chegar,
Mesmo que minha chegada
Faça marejar.
Minha gestação começou
Em um sonho sonhado a dois.
Dois sonhadores,
Dois mundos,
Dois corações
Batendo unissonamente.
Sou o infinito feito criança;
Sou a ponte entre dois mundos;
Vocês são meu porto seguro
Onde repousaremos entrelaçados.
Seremos três
Fazendo-nos uno.
Um amor que começa
Antes mesmo de ser amado.