terça-feira, 12 de abril de 2011

Por escolha

Para Lia Mariah
Veio chegando de mansinho
Sem pedir licença
Sem prender o riso

Com olhos moventes
Atentos pra tudo
Cavando espaços
Enchendo vazios.

Na ponta dos pés
Por um caminho
De flores e estrelas
Recolhe conchinhas,
Cavalga as ondas
E de cada vez
Espalha encanto.

Aqui e
Ali a felicidade...

Ah! Menina danada,
Moleca sapeca,
Quem me dera fazer
Teus sons barulhosos
A canção de ninar
Pra sonhar cintilante
Em meu dormir lá da frente...

Mas me acorda criança
E com a cor da esperança
Vem brincar cirandinha.
Desperta boneca,
Meu coração-peteca
Joga de um pra outro lado.
Vem fazer arruaça,
Vem subir no telhado,
Vem comer fruta-manga do pé
E com as mãos bem juntinhas
Numa prece de risos
Vem fazer par comigo
Faz crescer minha fé

E nas tardes-preguiça
Te embalo em um canto
Bom demais de cantar
A olhar carneiros-nuvens
Correndo no azul...

5 comentários:

  1. Com certeza, estas são umas das palavras mais belas que te vi escrever... belíssimo!

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  2. Para escrever um negócio desses não basta ter talento, não adianta ficar tecendo rimas. Tem que ter coração de gente. Você sentiu com tuas vísceras algo feito de tua carne que recebeu, em parte, tua alma, em parte, a alma do cosmos: um serzinho de valor infinito cabendo em tuas mãos tolificadas. É por isso que eu digo: essas palavras... esses versos... foram pura felicidade de um pai-brincalhão-poeta!

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  3. E aproveito para acrescentar: Tudo que o nosso coração abraça se torna carne de nossa carne.

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  4. Eu ia escrever uma coisa toda rebuscada e poética porquê vi-me motivado pelo sr. Thales, mas no entanto, não o fiz já que a arte de "poetar" a em cada ato que se esprime o sentimento, da compaixão, da compreenção, da empatia, então é isso um pai, creio eu, que dedicou uma de suas majestosas plavras a um de seus tesouros eternos no coração d'ouro. Um amigo seu, lembro eu, costuma escrever para ti que as palavras são tuas amigas e ouso tomar o mesmo partido dele ao dizer o mesmo: as palavras são tuas amigas. Até mais mestre.

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  5. Concordo com nosso colega O Bardo. As palavras são amigas do Gláucio. Ele as trata com a devida dignidade Isso é muito raro nesse tempo barulhento e verbalmente obtuso que partilhamos.

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