A cidade me atravessa
feito uma linha de trem,
onde “centenas vão sentados”
e “milhares vão em pé.”
A cidade me engarrafa,
trava meus passos
enquanto me obriga a andar
sem saber um porquê.
No fim do dia,
a cidade me arrasta,
pesa,
cansa.
A consciência do que me impõe
me assalta e só posso gritar
“mãos ao álcool!”
pro sono vir mais solto.
Onde quer que eu vá,
vai a cidade em mim
feito um sombra
com cheiro de escapamento.
Só eu não escapo.
Glaucio Cardoso
09/11/25

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