sábado, 13 de fevereiro de 2016

Chamado



Ele me disse no íntimo:
“Vem e segue-me!”
E me alertou desde logo
Que seu caminho
Era para ser trilhado
Com os olhos firmes na meta.
Era estrada pedregosa,
Estreita e de margens áridas.

Ele me disse no íntimo:
“Vai e vence-te!”
E me ensinou pronto e reto
Que não cabe ao homem
Ser melhor que outro homem,
Mas ser a cada dia
Um vitorioso de seu eu,
Ser sem melhor que a si mesmo.

Ele me disse no íntimo:
“Vem, toma de meu vinho!”
E me fez saber do amargo que vem no início
E das delícias do mais à frente.
Aplacou a sede que me abrasava
Há tanto tempo que eu nem sabia desde quando.

Ele me disse no íntimo:
“Vem, este é o pão que sou!”
E saciou minha fome,
Acalmou meu cansaço,
Deu-me o alento que nasce
Da certeza filha da esperança.

Ele me disse no íntimo:
“Vem e toca!”
E preencheu-me de tudo
Arrancando-me tudo:
Todo o meu orgulho,
Toda a minha ilusão,
Tudo o que nunca foi meu,
Tudo o que nunca foi eu.

Ele me disse no íntimo:
“Vem, a minha paz agora é tua!”
E desde esse dia
Nada mais me falta.

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