quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Trovadores do Cruzeiro (3)



Ah, mãe primordial,
África de tantos primores,
Que espalhou suas sementes aos quatro cantos,
Teus filhos regaram o solo com suor;
Choraram as lágrimas do amargo degredo
Que junto com seu sangue vão fertilizar
Cada torrão desta oficina de resgate.
E mesmo cansados da labuta
Ainda entoam cantos de louvor,
Intimamente sabedores da lei de evolução.
Laroiê Exu que liga os deuses aos homens
No saber ancestral da comunhão com o astral!
Epa epa Obatalá que das oliveiras do tempo
Pede a Olorum, o pai inigualável,
Que plante e semeie a caridade
No coração das gentes que a fé congraça.
Os nomes tão diversos não escondem a realidade:
É uma só essência, uma só verdade.
E se Brasil e África se encaixam nos mapas,
É por conta da irmandade inviolável
Que não reconhece cor nem raça.

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