quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ah, menino...

                                                    A Rodrigo Luiz
O menino-gigante,
com estrelas na face,
estende as mãos,
toma impulso pro salto
e num pulo infinito
busca e alcança
a poeira de sonhos
que lhe transborda
da concha das mãos.
Com o curvilíneo alojado entre os braços
ou o sorridente marfim diante de si,
o mundo inteiro cabe
nos seus dedos que acordam
e na alegria do branco
semi-oculto em seus lábios.
Em cada volta, ou re-volta,
ele traz a inocência
que lhe torna sábio
em experimentar o inédito.
 
E tenta
E arrisca
E erra
E insiste
Aprendendo por fases,
captando  lições
a tornar-lhe mestre de si.
 
Não deixa, menino,
que tua luz te ofusque o olhar
e te apague o saber;
que a escura rotina pétrea
não venha aplacar
a alma de arte
nascida de teu sonhar.
 
Menino-gigante,
menino-arteiro,
menino-atrevido...
Teu salto de hoje
é apenas ensaio
do instante mais alto
que tens pra voar.

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