A caixa está fechada.
Tudo é possível,
tudo é provável.
Vivo e morto,
vivo e morro,
na infinitude diversa
de combinações.
A caixa está fechada.
Olhe e sou partícula,
feche os olhos e sou onda,
olhe de novo e sou de novo
parte inteiriça ondulável.
Vida: partícula visível.
Morte: onda invisível.
Passo de uma à outra
pela percepção do outro.
Partícula que parte de parte
da onda que anda e tresanda
partes de onde andou.
A caixa está fechada
e lá dentro um invisível gato
morre
e respira
e morre
e espreguiça,
enquanto Schrödinger suspira
possibilidades relativas.
Quanta diversidade a observar
no tempo de um murmúrio.
Sou o observador.
Sou o observado.
Estou agora
e outrora
e aurora.
No instante em que comecei a ser,
já tinha sido e sempre seria,
sempre serei,
sempre sou.
A caixa está fechada,
e, por isso,
tudo está em aberto.
Glaucio Cardoso
24/12/22
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