Quando em mim
Cessarem todas as funções;
Quando meu corpo
Tornar-se casca oca
Tomada pela rigidez;
Quando eu me despedir
Dessa terra por onde caminho,
Sendo eu todo espiritual,
Energia enfim liberta
Do simulacro da vida,
Hei de encarar a mim mesmo
No tribunal da consciência
Que chama a cada um de nós
A prestar contas ao Infinito.
E a pergunta que ouvirei
Não será questão de gênero.
Pouco importará
Se fui homem,
Se fui mulher,
Se fui hetero,
Se fui homo,
Se fui trans.
Importa sim
Ter-me tornado homem de bem
A domar minhas más tendências;
Ter sido sábia mulher
Edificando um lar de luz;
Ter visto na heterogeneidade
A riqueza da obra divina;
Ter homogeneizado todos os seres
Em uma grande fraternidade
E ter transformado o meu caminho
Em roteiro do rumo certo.
Só assim poderei prosseguir
Minha jornada
Sabendo a que pertenço:
Sou do gênero divino
De cuja imagem sou semelhança.
Glaucio Cardoso
13/11/2015
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