Penso
que o avião,
Seja
lá quem o inventou,
Talvez
seja a mais poética das máquinas.
Toda
aquela bruta materialidade de aço,
Cabos,
Combustível,
Luzes
Se
combinam em uma forma
Ao
mesmo tempo bela e poderosa,
Verdadeiro
objeto barroco
Composto
por contrastes.
Toda
a força de motores e turbinas
Empregada
para elevar os homens
Até
o mais etéreo dos lugares,
Onde
nos vemos tão pequenos
Que
bem passaríamos por insetos.
Ainda
assim,
O
homem é egoísta o bastante
Para
olhar pela janela
E
dizer que eles, os outros,
É
que parecem formiguinhas.
Do
alto, nossa perspectiva é outra,
Embora
teimemos em continuar os mesmos.
Do
alto, somos todos insignificantes,
Mas
ainda buscamos dar significado
Ao
nosso existir.
É
do alto, enfim, que podemos entender
A
dura verdade
De
que somos
Todos
passageiros.
Glaucio Cardoso
25/05/19
A caminho de
Florianópolis para uma oficina de poesia na sede do NEA.
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