sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Autoconstrução




A cada dia
me pulsa o sonho,
o desejo, o ideal
de ser melhor a cada dia.
E se me isolo de tudo
para não sujar os pés,
para não ver o que corrompe,
para não contender
ou descontentar,
fecho-me nas minhas certezas
e não encontro saída
para as dúvidas que me assaltam.
Então descubro
que meu crescer
depende do outro;
que é no contato com a lama
que buscamos a pureza
e é nos pequenos ou grandes
conflitos do dia a dia
que construímos a paz.
Assim, abandono minha ilha de mim
e busco sentir
com os pés descalços
cada pedra no caminho,
cada percalço;
vou de peito aberto
com o vento a me atingir
e na experiência de cada momento,
desperto a luz que dorme em mim.
Aprendo a dividir,
exercito o criar
e encaro meus medos
com a certeza
de que é no caminhar
que encontrarei,
que forjarei,
que construirei o meu porvir.

06/09/15


[1] Poema criado durante a oficina “Poesia: a evolução pela palavra”, no 15º FECEF.

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