O poeta também sofre,
O poeta também chora,
O poeta também cansa,
Também acorda de ovo virado,
Também tem fome e sede,
Desanima de vez em quando.
Se engana quem pensa
Que sua vida é só versos,
Ou que não tem espaço
Pra um engolir em seco.
Não, não e não.
Ser poeta não me pôs
A salvo da desdita
Nem me fez esquecer
Esta verdade:
O poeta também é gente!
E se sou poeta
É só porque sei que sou
Apenas um homem,
Por isso posso,
Como um Chaplin disfarçado,
Pegar todos os tropeços
E fazer uma valsa pra um só.
E assim vou versando,
Trovando, tropicando e levantando,
Apenas porque aprendi
Que o poeta também sorri!
Glaucio Cardoso
29/11/2013
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