Escrevo como forma de luto,
na esperança de que versos,
com ou sem métrica,
com ou sem rimas,
com ou sem,
sem…
de que versos traduzam
as lágrimas que guardo,
tanto quanto as que correm,
na esperança de que versos
substituam a vivência de um luto
que não temos mais como nomear.
Escrevo como forma de luta,
na tentativa de que os versos
desatem os nós na garganta,
na tentativa de que os versos
sejam gritos de protesto,
de denúncia,
de resistência
a toda a opressão
e violência que insistem
em imperar a cada geração.
Escrevo em luto,
escrevo em luta,
me recolho no luto
sem me encolher na luta.
E entre o luto e a luta,
escrevo…
Escrevo na esperança de reunir
versos para curar o tempo.
Glaucio Cardoso
10/09/21
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