Quando
meus olhos se abriram
e
pude encarar meu próprio rosto
com
a cabeça tombando para o lado,
percebi
que algo de mim estava morto.
Houve
gritos e exclamações,
choros
e lamentos
e
as vozes dos que me amavam
bradando
meu nome;
mas
não havia o que responder,
pois
o que eles viam de mim
já
não era eu,
pois
o que eles viam de mim
já
não era meu;
ali,
onde julgavam ver a mim,
não
era onde eu realmente estava.
Pairei
por algum tempo
entre
o sonho e o delírio,
sem
ter exata noção
de
mim mesmo.
Houve
saudades,
houve
preces,
missas
foram encomendadas
e
cantos foram entoados;
e
tantos foram os que me receberam
quanto
os que não queriam me deixar partir.
Mas
a caminhada era somente minha,
e
por isso eu precisava me encontrar
em
meio às minhas próprias dúvidas.
Ah,
Senhor! Mostra-me o caminho,
que
andar é minha sina
pra
chegar mais junto a Ti.
Glaucio Cardoso
28/09/15
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