Quando
eu morrer quero ficar,
Não
contem ao Mário de Andrade,
Mas
quero ficar insepulto.
Não
posso contentar-me
Com
o sono eterno dos justos,
Nem
com a estúpida contemplação
Do
paraíso, seja lá que nome possam lhe dar.
Quero
ficar insepulto
Na
mais fina acepção do termo,
Pois
que apenas poderão
Enterrar-me
o corpo,
Essa
massa ignorante.
Quero
ficar de boca em boca,
Quero
permanecer de um jeito
Mais
transcendental que fantasmagórico.
Não
quero a morte brônzea das estátuas,
Mas
a vida incessante das ideias.
Então
contem a todos, menos ao Mário de Andrade,
Que
quando eu morrer quero ficar.
Glaucio Cardoso
22/09/16
Demais.
ResponderExcluirIsso que é licença poética.