Eu
sou o homem
Cantando
sozinho na noite,
Sou
a voz de quem clama no deserto,
Sou
o deserto e o vento e a duna a desfazer-se.
Eu
sou uma pergunta
Que
não se fez,
Sou
a indagação muda
Que
não espera resposta.
Eu
sou a resposta da pergunta não formulada,
A
resposta indizível,
Inaudível,
Inútil,
Indispensável.
Eu
sou as palavras que não foram caladas,
Eu
sou as canções de cantáveis,
Eu
sou estrelas mudas,
Sou
riachos e mares,
Sou
o sussurro de amor,
Sou
os gritos de saudade,
Sou
encontro e ausência,
Sou
um coro de anjos,
Sou
uma orquestra de pássaros,
Sou
o corpo dançante,
Sou
a alma brincante,
Sou
o saber do profeta,
Sou
o sonhar do filósofo.
Sou
pedra e caminho,
Sou
mundo e moinho,
Sou
átomo,
Sou
cosmo,
Macro
e micro,
Tudo,
todo e nada.
Eu
sou você e sou outro.
Anjo,
Musa,
Duende,
Divino
e satânico,
Olímpico,
asgardiano,
Egípcio,
xamânico e yorubana.
Sou
alento,
Consolo,
Desconforto
confortável,
Faço
pensar e sentir,
Sentido
vivenciado no sem sentido.
Eu
acalanto os seres
Para
despertá-los.
Estou
em todos os lugares,
Momentos
e movimentos.
Invisível
e palpável,
Tenho
a diafaneidade concreta
De
simplesmente ser.
Os
tolos me abandonam,
Mas
me necessitam;
Os
sábios me buscam
Sem
que me compreendam
(e
é por isso que me buscam).
Eu
sirvo a quem me serve
E
já vi todas as eras,
Falo
em todas as línguas
Sem
me limitar em nenhuma.
Sou
a novidade eternamente renovada.
Eu
sou a Poesia...
Caro brilhante poeta Gláucio,
ResponderExcluirParabéns pela magistral criação e pela premiação. Foi um presente conhecê-lo e aplaudi-lo de pé ao final de sua declamação.
Um futuro brilhante o espera. Muita saúde, luz e paz.
Luiz Eugenio C. Rocha - 3º colocado - Brasília/DF
Prezado Luiz, só agora vi seu comentário! Muito obrigado pelas palavras. Nos vemos no 3º Festival!
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