Ele ficava feliz
E o mundo todo o imitava;
Quando ele acordava bem humorado
O dia amanhecia mais bonito;
Se os pássaros cantavam da manhã até a tarde
Era por ele ter passado o dia assobiando.
Ele respirava fundo num sorriso
E a brisa corria suave e amena.
Quando à tarde ele se espreguiçava com satisfação
As estrelas sabiam que era hora de aparecer.
E se ele ficava pensativo
O mundo se enchia de filosofia.
Um dia ele me olhou nos olhos
E eu me vi todo nesse olhar.
E quando seus olhos se fecharam
A noite se fez completa,
As estrelas rolaram como lágrimas do firmamento,
E as nuvens cobriram todo o céu
E apenas uma janela se abriu
Para o sol iluminar seu leito.
E naqueles olhos fechados,
Sonhadores de sonhos nunca sonhados,
Senti-me um adulto acordando...
Hoje, o sol ainda brilha,
As estrelas aparecem de novo,
Há dias tão belos quanto os de antes
E os pássaros recordam velhas canções
Isso me faz saber mais do que acreditar
Que ele continua a cantar,
A sorrir,
A pensar,
A viver.
Para uns ele era um amigo,
Outros o chamavam de irmão,
De alguém ele foi o filho,
De um outro alguém foi coração.
Mas se de mim quiserem saber
Eu direi simplesmente:
“Ele era meu Pai.”
22/11/03
Nivaldo de Oliveira Cardoso
20/09/1944 - 20/05/2002
Obrigado por me ajudar a ser quem sou
Lindo texto!
ResponderExcluirQue lindo poema, Gláucio... A beleza e intensidade destes versos derrotaram a morte e a finitude. Era uma verdade apenas tua e de teu amado pai, mas a generosidade do poeta a partilhou com o mundo inteiro!
ResponderExcluirParabéns pelo texto!!
ResponderExcluirDe tempos meu caro mestre, eu não visito seu blog para ler seus textos e lembra do mestre que um dia me inspirou. Mas hoje venho ler esse texto, esse texto que faz lembrar o que é viver. Obrigado por isso. dO Bardo, um ex-aluno seu.
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