sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Associações passageiras



Pela janela do trem
Vemos pontas de placas,
Anúncios rápidos e incompletos
Que o olho vê, mas não capta,
E que a mente tenta então decifrar
Ou inteirar.

Joga-se búzios...
Vive-se banzos,
Ausências banais,
Autênticas buzinas
Ressoando buscas.

Vendo uma casa...
De que verbo se trata?
Não sei se é uma casa visível ou vendável,
Talvez vendida,
Talvez servil,
Talvez civil.

Alto índice de aprovação...
Mas já não bastam
As baixas provações?
E por que nem todos aprovam
O que me aprouve?
Será que a prova dos nove
Aprova com dez?
Reprovações, depravações,
Provisões, previsões desprovidas.

Learn to speak…
E me explique.

Bem-vindo a…
Mas traga o b,
Conciso democrático, elegante...
Felicitando galantemente
Humanos invejosos,
Joviais, leves,
Mas não onere
Pobres que respiram sutilezas
Tolamente urgentes,
Vacilantes xenófobos zurrantes.

Passo o ponto...
Passa a ponte,
Passe o pente,
Passo a passo,
Ponto a ponto,
Passa o pote,
Passaporte.

Engenho de onde?
Engenho de quem?
Engenho e arte?
De dentro?
Do inconsciente?
Engenho do interior da mente?
Da engenhosa mente?

Glaucio Cardoso
27/09/2013

domingo, 22 de setembro de 2013

Novo livro: Em defesa de um Teatro Espírita

 Este é meu terceiro livro publicado, mas foi o primeiro que escrevi. Em 2001, o ICEB (Instituto de Cultura Espírita do Brasil) promoveu o 1º Concurso de Monografias das Mocidades Espíritas do Brasil. Inscrevi-me e elaborei a pesquisa sob a orientação do querido amigo Cezar Said e fui agraciado com o primeiro lugar. O tempo passou e eu permaneci acalentando a ideia de publicar o material. Depois de um boa revisão, em 2012, o texto finalmente vem à lume bastante modificado.
Me sinto feliz em finalmente poder compartilhar estas ideias com outras pessoas que podem vir a esclarecer meu possíveis equívocos.



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ciranda




A vida vem te chamar
Pra brincar de ciranda com o destino,
Correr pique com a alegria
E de esconde-esconde com a tristeza.

Sair pra rua de manhã,
Roubar manga no pomar,
Pegar chuva pela estrada
E sujar os pés nas poças de lama.

Pela tardinha-quase-noite
Ouvir a mãe gritar teu nome
E voltar numa carreira
Pingando suor e temporal.

“Amanhã não tem escola,
Tá de férias, sem lição,
Vou ficar olhando estrelas
Só pra ver a madrugada.”

Segue brincando pela vida,
Mas leva o brinquedo a sério,
Que é preciso saber brincar,
Pois na ciranda do viver
Tem mais gente pra rodar.
Glaucio Cardoso
02/09/2013